N. 45
Às favas,
não escreverei novamente
não serei fugás,
não serei somente,
não sou fingidor,
não quero abrigo no peito.
E muito menos abrir meu peito.
Alivio assim um fardo
que preenche meu rosto
exceção, em oposto ao pardo,
só vejo em mim desgosto.
Quero sentar nos bares,
e fazer de mim os copos.
Nessa nossa vida insana
que não revela,
apenas engana.
Não!
Afasta de mim esses versos
pois minha última qualidade
são as palavras,
minto,
salta à frente da emoção.
Apanha um punhal frio
E me acerta o peito,
Verás que sou vazio.
Não!
Afasta de mim.
Não terá minha, outra palavra.
Este poema não nasceu
com o intuito de ser sujo
mas turvou-se no caminho
falarei de novo sujo,
não importa mais,
vazio,
este é o último verso,
este é o último ponto.
06/04
Histórico:
Aquele momento em que se acredita ser possível resistir a uma força da natureza.
RS